terça-feira, 17 de maio de 2011

Reportagem abordando a acessibilidade dos meios de transporte.
O foco maior foi dado para o transporte aeroviário, mostrando problemas em aeroportos e aviões.
Quem já viajou de avião sabe que um embarque tranquilo depende, infelizmente, de sorte. Mesmo estando num aeroporto bem equipado, que tenha pontes de embarque (fingers), é preciso ter sorte para que o avião esteja parado ao lado de uma. Também é preciso sorte para marcar o lugar na primeira fila do avião, sorte para o avião estar no horário e conseguir embarcar com tranquilidade, sorte para não precisar do banheiro durante o vôo (situação super-constrangedora)… enfim… viajo frequentemente de avião e já aprendi que rezar adianta mais do que reclamar.

cadeirante embarcando em estação tuboOutro ponto mostrado na reportagem foi o transporte em ônibus. Apareceu um cadeirante tentando tomar um ônibus urbano em Curitiba/PR, usando as famosas “estações tubo”. Sem problemas. Eu mesmo usei esse tipo de ônibus por algum tempo quando morava naquela capital e o acesso era muito fácil.
Uma citação foi feita aos ônibus intermunicipais, que normalmente são mais altos, com apenas uma única e estreia porta de entrada. Há algum tempo eu tenho reparado que os ônibus intermunicipais mais novos têm o adesivo de acessibilidade colado na porta. Curioso sobre isso, enviei um email para a empresa Marcopolo, uma das maiores fabricantes de carrocerias de ônibus no Brasil e fabricante de alguns ônibus que eu tinha visto com o adesivo. (esclarecimento: a foto abaixo é de um ônibus de outro encarroçador, porém com acesso idêntico à maioria dos veículos).

ônibus intermunicipal com adesivo de acessibilidadeO texto do email que enviei foi o seguinte:
Tenho visto vários ônibus intermunicipais e interestaduais com o símbolo de acessibilidade, que acredito representar facilidade de acesso ao interior do veículo. No entanto, esses veículos continuam apresentando entradas estreitas e com escadas, representando grande dificuldade para pessoas com problemas de locomoção. No caso do passageiro ser cadeirante, o embarque é impossível, pois a entrada é tão estreita que impede a passagem de alguém carregando a pessoa no colo. Por que esses veículos utilizam o símbolo de acessibilidade se não há nenhuma facilidade de acesso? Que tipo de adaptações foram feitas?

A resposta da empresa foi a seguinte:
Informamos que os referidos veículos são dimensionados para atender a norma NBR 15320 (Acessibilidade de Veículos Rodoviários), e estabelece dentre muitas melhorias para a acessibilidade, a utilização de uma cadeira de transbordo especial para o translado da pessoa, da cadeira de rodas para o assento reservado no ônibus.
Pois bem. Um belo dia precisei utilizar um ônibus desse tipo para ir a um evento da empresa. O ônibus era novo e o adesivo de acessibilidade estava na porta. Fiquei empolgado para conhecer a tal “cadeira de transbordo”. Sabe o que o motorista disse?

“Que é isso, moço? Nem sei se esse negócio existe, mas nesse ônibus nunca teve. Sempre que alguém vai embarcar, carregamos no braço mesmo.”

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